quarta-feira, 13 de maio de 2009

Para o bem do Parabéns.


Nada melhor que fazer aniversário, né? Abraços dos amigos e parentes, presentes, bolo... A gente se sente meio superior nesse dia, achando que todo mortal que passa por nós tem a obrigação de nos reverenciar. Mas aniversário também causa problemas. Quem nunca teve que aceitar o abraço daquela pessoa que você odeia? Quem nunca recebeu um presente horrível? Quem nunca pagou mico em sua própria festa de aniversário (alguém já levou banho de farinha e ovo?) Mas festa no ambiente de trabalho quase sempre é uma cilada, usando as palavras do Bruno Mazzeo. Eu vou bem contar:


Nesse dia era o aniversário de um professor. Meio triste porque ninguém havia lembrado de uma data tão importante, ele deixou a sala dos professores e foi se dirigindo à sala de aula. A cada funcionário ou aluno com quem cruzava nos corredores, ele olhava fixamente e dava um sorrisinho sem graça, talvez na tentativa de fazer o outro lembrar que era seu aniversário. Ora, como se fosse possível transmitir tal informação com aquela cara de cachorro sem dono. O fato é que todos passavam direto, nem olhavam para a sua cara.


Ocorre que, no mesmo dia, uma aluna da escola também fazia aniversário. Ela, ao contrário, estava toda feliz. Já tinha recebido abraços e beijinhos de colegas de turma, de outras turmas também, além de professores e até da diretora. Sentia-se a tal. Agora, voltando do recreio, precisava voltar à realidade: aula de Biologia. Ela até que gostava. Entrou na sala, sentou-se e, junto com os outros, ficaram esperando o professor.


Com aquela cara de derrotado, o pobre professor cruzou a porta, deu um bom-dia desanimado e colocou suas coisas sobre a mesa. Ainda esperou pra ver se algum aluno lembraria de seu aniversário. Nada. “Vamos continuar de onde paramos...”


No meio da aula um aluno alunos pediu para ir ao banheiro. Ser interrompido no meio de um raciocínio é uma bosta. Mas ele deixou, afinal, o que havia de importante naquela aula? E naquele dia? E naquela droga de vida?... Continuou a explicação. Num certo momento, ficou desconfiado com a demora do aluno. Teria ele se entalado no vaso sanitário? “Justo no momento mais importante aquele cidadão não está” – deve ter pensado.


Olhando para a turma, ouviu o ranger da porta. Olhou e viu que alguém a abria lentamente. De repente, o garoto do banheiro entrou com uma torta enorme nas mãos, com velhinhas acesas e tudo. E todos cantaram “Parabéns pra você, desta data querida...” O pobre mestre começou a chorar, de soluçar! Era muita emoção. Finalmente tinham lembrado. A partir daquele dia aquela turma seria a mais especial de todas. Percebendo a emoção do professor, imediatamente todos perceberam o que estava ocorrendo: o professor achava que a festa era para ele... mas a surpresa era para a colega de turma. Todos se entreolharam sem saber o que fazer. Um sentimento de pena deve ter se apoderado da turma, que aliás não fazia a menor idéia de quando era o aniversário do professor.


Depois do Parabéns, ele fez até discurso, agradecendo pelo “carinho”. O que fazer? A homenageada então tomou a iniciativa: “Parabéns, professor, você é mesmo especial pra nós!” E toma choro!!!


A aula acabou ali. Todos ficaram festejando o aniversário do professor. Parece que depois a galera foi pra lanchonete do posto de gasolina pra tomar um refrigerante e comemorar o aniversário da menina. Até hoje o segredo ainda não foi revelado ao pobre professor. A escola inteira sabe da história, mas há quem desconfie que foi armação dele. Fato é que agora ninguém mais esquece seu aniversário.

terça-feira, 5 de maio de 2009

A culpa é do patrão.

Dia 28 de abril: dia da sogra. Uma data que precisa ser lembrada. Afinal, não conheceríamos a pessoa que amamos se não fosse por ela. Agora, não concordo com essa história de que “sogra é nossa segunda mãe”. Até porque mãe é mãe, cobra é cobra... Mas devemos admitir que tem sogra que é mesmo um anjo. Vou bem contar uma história pra ilustrar o que digo:

Era mais ou menos meio-dia e a agência dos Correios não estava cheia. Os clientes entravam, depois de muito esforço pegavam uma senha naquele raio de maquininha e se sentavam para esperar o atendimento. Bons tempos da famosa fila! Você já reparou que sempre que há uma maquininha de senha num estabelecimento é como se todos os clientes ficassem bêbados? Ninguém consegue entender o aparelho, ninguém aperta o botão certo, e depois acaba comendo mosca e perdendo a vez.


Mas, enfim... havia um casal de meia idade, acompanhado de uma senhora mais velha, aguardando atendimento. Estavam em pé, pois as poucas cadeiras estavam ocupadas. Todos olhavam atentamente para o letreiro luminoso, quando de repente a mulher, supostamente a esposa, começou a esbofetear o marido. “Quê que é isso ‘mulé’?”, dizia quase chorando o maridão. “Num quero papo, seu safado”, respondeu.


As pessoas, espantadas, começaram a olhar, inclusive as que estavam sendo atendidas, além dos próprios funcionários. E seguia o espancamento. A mulher batia na cara do homem e às vezes socava-lhe o ombro. O cara cada vez mais parecia não entender. A senhora que os acompanhava, por sua vez, tinha um ar sereno e ao mesmo preocupado, provavelmente pelo vexame. Chegou a ensaiar algumas palavras, mas foi impedida pelos gritos da outra: “Não se mete, mãe! Esse filho duma égua só sabe encher os cornos. Cadê meus 50 ‘Real’? Como é que eu vou mandar o Sedex agora?”. O cidadão, já cheio de marcas vermelhas, resmungou: “É por causa daquela merda? Já falei que não peguei nada...”. E foi surpreendido por mais um tabefe.


Já se notava algum movimento dos seguranças, provavelmente prontos para intervir. Certamente pressentindo um final infeliz, o infeliz do marido se aporrinhou e disse que ia embora. A mulher o seguiu, gritando e dando bolsadas pra todo lado. Um garotinho que estava sentado no colo da mãe caiu de bunda no chão após ser atingido por um dos golpes sem direção. Saíram da agência, mas os gritos puderam ser ouvidos por mais alguns minutos. De dentro do estabelecimento se podiam ver as pessoas nas ruas olhando por cima dos carros, acompanhando com os olhos aquele barraco.


A pobre senhora que os acompanhava continuou lá dentro. Tentando disfarçar, continuava olhando o letreiro luminoso. Era ela quem tinha a senha na mão. Mas por que continuava ali se a suposta encomenda não estava com ela. Foi anunciado então o seu número. A velhinha se aproximou do balcão, olhou pros lados desconfiada, talvez pra garantir que a filha e o genro tinham ido embora, e pediu três Tele-Senas. Coincidência ou não, ela pagou com uma nota de 50.

sábado, 2 de maio de 2009

...and the DVD goes to...

Terminou a promoção!

A ganhadora é Jacqueline Pacheco, do blog Jaconaland. Jacqueline fez bons comentários de todos os textos postados de abril e mais o último de março.

Ela receberá um DVD musical em homenagem a Tom Jobim. Parabéns!


Fiquem ligados, otras promoções virão.
Continuem comentando os textos. Em breve um novo relato.