Um encontro que deu o maior gás.

A vida em grupos é difícil, não é? Trabalhar em equipes é certas vezes uma tarefa dificílima, principalmente porque convivemos com todo tipo de gente. Tem aquele companheiro que fala alto demais, tem aquele que não usa desodorante, tem aquele que chega às 6 da manhã e acha que está numa discoteca, tem aquele que fala mal pelas costas, tem aquele que vive te pedindo dinheiro, tem aquele que vive te devendo dinheiro... Enfim, tem de tudo. Mas é claro que podemos fazer grandes amigos num ambiente profissional. Mas se o coração tudo suporta, podemos dizer o mesmo sobre nossos narizes? Eu vou bem contar uma historinha que é uma graça:

Sala de reuniões, 5 horas da tarde. O pessoal odiava essa história de fazer reunião no fim do expediente. Estavam todos reunidos em volta de uma mesa redonda e enorme. Devia haver pelos menos 15 pessoas ali sentadas. O último dos mortais a chegar foi o Office Boy, todo feliz por participar de sua primeira reunião. Seu sorriso e alegria contrastavam com as fisionomias dos colegas. Sentou-se. A partir dali, deviam apenas esperar o gerente.

Quando o Homem entrou, as caras mudaram. Todos abriram um sorriso forçado. O Boy, coitado, espantado com aquela reação coletiva, deixou de sorrir para olhar a forçada de barra dos outros. Sim, todas as caras mudaram. O chefão se sentou, abriu sua pasta e começou a falar. Bem, o conteúdo de sua fala não é o que importa contar.

Passados 5 minutos, um senhorzinho enfrente ao gerente começou a torcer o nariz. Imediatamente olhou para os lados pra ver se alguém mais tinha sentido aquele cheiro. Não observou nenhuma reação dos outros e, então, resolveu ficar imóvel, afinal dizem que o autor da obra é quem se manifesta primeiro. Dali a menos de um minuto, a secretária do gerente, a segunda ao lado direito do senhorzinho, ficou pálida. A essa altura, o cara que estava sentado entre os dois já suava frio. Observando o lado esquerdo, via-se que os outros começavam a ter reações estranhas: uns coçavam o nariz, outros enxugavam o suor da testa e das mãos, outros balançavam as golas das camisas tentando se abanar.

Em consenso, todos olharam para o Boy, que mantinha sua aparência simpática, alheio ao cheiro fétido que pairava no ambiente e ouvindo atentamente o que dizia o gerente. Discretamente a dona ao lado do jovem olhou a sola do sapato: nada. Alguns resolveram copiar: todos os sapatos limpinhos. Teve um que tentou se levantar, provavelmente para ir à janela ou beber um copo de água, mas provavelmente percebeu que os outros pensariam que ele era o autor de tão bestial emissão de gases. Todos sentados à mesa olhavam com ódio para o pobre Office Boy, que nessa altura já tinha percebido seus olhares e estava assustado.

Ouviu-se uma cabeça batendo na mesa. O velhinho estava se sentindo mal. Foi quando o gerente finalmente percebeu o mau cheiro. Levantou-se e gritou: “Que merda é essa?” – literalmente. Imediatamente todos se levantaram correndo. Já que o atentado havia sido anunciado, o melhor era correr dali. O Boy continuou sentado sem entender nada, enquanto todos saiam correndo como se fosse um treinamento de incêndio. Ao passar por ele, todos davam uma olhada e lhe dirigiam palavras mal-educadas. E o chefe ali, de pé e com cara de quem não estava entendendo nada.

Depois do episódio, viram o jovem Boy saindo decepcionado da sala e pingando descongestionante nasal, o que explicaria o fato de ele não ter sentido o cheiro do peido. O chefe continuou na sala. Preocupados com a situação que acabara de ocorrer, todos os trabalhadores voltaram para dentro da sala de reuniões. Entraram e não viram ninguém lá dentro. “Estranho!”. Ouviram, então, o barulho da descarga vindo de um banheirinho que ficava nos fundos do recinto. Abriu-se a porta: era o gerente com cara de aliviado e de mãos amarelas.